domingo, 21 de novembro de 2010

saideira para os (não) saudosistas



não sou saudosista
mas gosto de lembrar como era fácil sonhar sem me preocupar com o amanhã
o tempo passa pela gente desapercebido
fica a experiência e vai-se a energia
feliz somos os que vivemos também de ideias e ideais

O juízo final?

Creio que no momento não há mais razão para este projeto continuar online. As atividades profissionais mudaram no último ano e as demandas pessoais também já não são as mesmas.

Foi bom estar aqui com vocês e compartilhar um pouco de minhas ideias. E espero que este espaço tenha proporcionado crescimento mútuo.

Siga com a cabeça erguida. Faça a diferença!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

depart ailleurs

la pluie tombe
tous n'est encore la même chose
les enfants terribles sortient dans mon coeur
l'amour n'est pas là
qu'a passé?
je suis seule et ne sais plus qui je suis sans tu chez moi

domingo, 12 de setembro de 2010

Dichterliebe



siempre lejos, no sé cómo hacerlo
y lejos así, soy cómo alguién sin rumbo, sin destino, sin vida

miro la calle y velos a jugar
me recuerdo de tu sonrisa en mi corazón con los niños alegres de mañana

ayer, fuera cómo se fue


el futuro es desconocido de todo
y yo, lo siento por estar lejos de ti

pero sigo adelante
el amor es mi fuerza

8 motivos para você ler mais livros



AMPLIA O CONHECIMENTO GERAL 
Ler é um ato valioso para o nosso crescimento pessoal e profissional. 

ESTIMULA A CRIATIVIDADE 
Ler é fundamental para soltar a imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares e personagens. 

AUMENTA O VOCABULÁRIO 
Graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos. 

MELHORA A COMUNICAÇÃO 
Além de ser envolvente, a leitura aumenta as referências e a capacidade de comunicação. 

EMOCIONA E PROVOCA 
Quem já se sentiu triste ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem. 

MUDA SUA VIDA Quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. 

FAZ PENSAR NAS COISAS 
Livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e a nós mesmos. 

FACILITA A ESCRITA 
Ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Quem lê mais escreve melhor.



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Os buracos do espelho (por Arnaldo Antunes)



o buraco do espelho está fechado

agora eu tenho que ficar aqui

com um olho aberto, outro acordado

no lado de lá onde eu caí



pro lado de cá não tem acesso

mesmo que me chamem pelo nome

mesmo que admitam meu regresso

toda vez que eu vou a porta some



a janela some na parede

a palavra de água se dissolve

na palavra sede, a boca cede

antes de falar, e não se ouve



já tentei dormir a noite inteira

quatro, cinco, seis da madrugada

vou ficar ali nessa cadeira

uma orelha alerta, outra ligada



o buraco do espelho está fechado

agora eu tenho que ficar agora

fui pelo abandono abandonado

aqui dentro do lado de fora


Fonte: Arnaldo Antunes

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Por uma razão... ou nenhuma




"Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações."
Vincent Van Gogh

***

Abdicar de um ganho de curto prazo pode parecer difícil diante do medo de esperar e colher algo melhor num futuro incerto. Procurar além do horizonte do agora, ainda que se viva cada momento na incerteza da construção de um tempo que se faz presente.

Se tivéssemos um acesso epistêmico às linhas do tempo que se cruzam em nossas pessoas, nesse deslizamento das memórias do passado que formam nós e nos formam com as potencialidades do futuro, seríamos menos ansiosos ou ficaríamos paralisados na expectativa do vir-a-ser?

***

ser-aqui-no mundo e não ser nada mais que alguém
a quem devo invocar para ser além, senão a mim mesmo
acreditar nas fábulas de minha juventude
crer nas esperanças bem-aventuradas do viver assim

viver a vida a cada instante do começo ao fim
e se refletisse, como quem não quer nada, todos os detalhes amiúde
desde os pequeninos aos grandes eventos que me ocorrem ao esmo
descobriria um eu que não eu ou de mim a mim mesmo meu refém

preso na eternidade das dimensões infinitas da existência
condenado à liberdade e responsável pela realidade que construo
e se nada fizer já teria feito, com ou sem defeito
porque todo feito é suspeito de nada ser

tão cheio ou vazio de significado na dança dos girassóis à procura do sol


sábado, 24 de julho de 2010

Tudo é o olhar

Clarice Lispector




(leia o poema abaixo e depois releia de baixo para cima)




Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...




***


Me deparei hoje com esse excelente poema.
Meu dia ficou melhor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

falhas

lançai a rede



falhas
falhas me perseguem
falhas no meu encalço
falhas falam
falhas falam de mim
falhas falam daquilo que preciso aprender

eu falho
tu falhas
nós falhamos
e se assim é, aprendamos
é o mínimo que podemos fazer por nós mesmos


quarta-feira, 30 de junho de 2010

de métrica e rima e da boçal racionalidade e seus fundamentalismos ou minha fé

correntes

queria minha rendição poética
alforria da alma e de minhas inéditas peculiaridades
livrar minhas personalidades reprimidas
e ver meus dedos dançando sonhos de anjos sem asas
respirar fundo além deste ar de meus pulmões

mas tudo que me resta é esta boçal racionalidade
e minha obsessão estrutural fundamentalista
e mesmo que eu me pergunte volta e meia tais questões no chuveiro
minhas ideias não se limpam da sujeira cotidiana que restringe minha produção
e o que me resta é a reprodução abjeta da realidade formal
sacrificando minhas emoções e criatividade pela segurança de um pão diário
sendo derrotado pelo costumeiro e vulgar em detrimento da beleza do inesperado

me pergunto se caso eu enlouquecesse se seria mais feliz
ou se fosse mais feliz se seria violentado pela loucura da completude existencial

e assim me fio nos meus poucos trocados e trocadilhos
porque eu ainda acredito nos atos de fé de Pessoa e Neruda
pois creio piamente que minha alma não é pequena
e defendo que só o poeta conhece a razão de seus versos
já que minhas palavras respeitam somente a métrica e a rima de meu coração


aqui somos um

terça-feira, 29 de junho de 2010

pas un mort-vivant

janela da casa da "cuca"

l'humanité ne sait pas aucune idée que je voudrais faire
je ne pense plus sur les mémoirs de mon coeur
je ne pense rien sur les mots que passent dans ma tête
je me lève et regarde les crayons noirs et tous sont pas real
qu'est-ce qu'on fait? qui je suis?

mais les histoires ne fissent toujours mal
je ne suis pas un mort-vivant

segunda-feira, 28 de junho de 2010

je me réveille




e naquela noite vi minha vida em reverso
chorei minha juventude nas ondas do tempo que faz correr
aquilo que se esvai por entre os dedos de todos nós
não sabia que as mudanças viriam de parte em parte
e partiu de mim, em mim, o antes e o depois
todos aqueles anos que marcaram minha face
contabilizaram meus cabelos brancos e conjecturas
ideias confusas acerca das reentrâncias da existência
o que fora não mais é, só volta na memória da sabedoria
num futuro de toda alegria me dizendo "sorria"
dormi menino e acordei homem
fugindo do mal e do mundo perverso
construo meus projetos baseados no que posso crer
avançando, valente, desatando controvérsias e nós
não podia reter o tradicionalismo inóspito e seu baluarte
e partiu de mim, em mim, o antes e o depois
todas aquelas vidas que fitaram minha face
mobilizaram meus cabelos brancos e abreviaturas
minúcias de memórias nas reentrâncias da existência
o que fora não mais é, pó solta da memória que me doía
um fututo surge com sorrisos me dizendo "alegria"


sábado, 19 de junho de 2010

Da sintaxe à semântica: minha despedida mal entendida à José Saramago

Ontem escrevi a seguinte mensagem no meu Orkut, abre aspas tchau, Saramago fecha aspas com exclamação, e logo começou uma discrepância entre meus amigos sobre o que teria eu dito com aquelas palavras lançadas assim ao vento cibernético em meus às nuvens do Google e da web, e fiquei marcado como opositor ou crítico do escritor lusófono ao não prever o impacto da sintaxe em relação à semântica de minhas palavras não entonadas, grafadas somente no meu restrito entender.

Mesmo com três de suas obras lidas por estes meus olhos que a terra não há de comer - preferiria ser cremado a concretizar os sonhos dos vermes e das raízes das gramas ao misturar o pouco de humano que resta ao corpo à mãe Terra e transmutar aquilo que fora gente em pó novamente e retomar o ciclo que surgiu no início dos tempos e que processará toda a Natureza até o seu fim sem ponto, sem vírgula e sem testemunhas para versar a linda biografia universal do existir - fui incompreendido por não antever a possibilidade de minha direta e objetiva declaração.

Não sei se por rudeza e falta de lirismo de minha parte, já que me considero algo como um estruturalista concretista quadrado, isso num sentido mais geométrico que direitista, visto minha afinidade com os entendimentos políticos do falecido autor e de outros tantos autores de minha crônica preferência, ou por egoísmo, ou simples chiste de uma composição formulada às pressas e desprovida de qualquer conotação afetiva maior.

Quando recebi a réplica contrariada de minha sentença, a primeira reflexão que se produziu se apegou na lógica mínima da incoerência de uma frase com referências a outros mundos, paraísos e qualquer além que estivesse além do Ribatejo, de onde surgiu tal grandioso autor. Falar de um adeus ou de um até breve seria nefasto e incongruente para falar de menos ou ao menos me revelaria verdadeiro provocador com ato dirigido neste caminho de pensamento.

Um ponto somente me entristece ao ver a imagem de Saramago tratado como figura pop: piadas no Twitter, comentários de Sandy e milhares de reportagens.

De que valem comentários apócrifos se o que vale no fim é a vida vivida e não a morte que nos toma sem rodeios nem prosa nem verso nossa breve e tênue humanidade.

O que desespera minha alma é me lembrar de Saramago todas as vezes que corrijo provas e me deparo com tanta (falta de) homenagens àquele que bem soube subverter o linguajar grafado em prol de uma textura mais próxima da promíscua oralidade.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

eu sou (esquisito)

at the table


nadar contra a correnteza é duro, mas é preciso para que a vida seja doce
olhos de criança sapeca, alma de um velho sábio
tudo isso e mais um pouco, e mais nada nem nada mais
se sou isso ou aquilo, ninguém sabe
se sou esquisito, sou além
sou eu e pronto
nunca pronto: sempre em construção

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dead end on Arnold Lane


mad dog


Depois que você se foi, tudo ficou diferente. Uma dúvida rondando minha mente continuamente, querendo saber o que houve, querendo ser mais que um pé de couve...


a star that shines
so awesomed me i can't rhyme
i remember when we were young
under the sun we were fun
waves breaking, running

deep space - quite where you (mis)placed
me once you were gone
left, there was no right to land earth
back again, flying failure

wish you were here
though it seems you used me back and forth,
up and down, just like so
you're gone, but for me brotherhood is never over

you were so jealous, me just naive
that's 'cause we were young
boys playing, partyong, having fun

for a moment shining more than the sun
it was fun, indeed
but part of me was left behind

and for more i can't tell
and far more i can't try
part of me was left behind

impossible to find
children
lost in time
waves barely listened
dogs bark their way to the grave
from what happened nothing's saved

and that's the end of it al
who are these people, anyway?


* Essa eu escrevi após uma sessão intensiva de dois documentários sobre o Pink Floyd...


sexta-feira, 28 de maio de 2010

nesses dias...

xuxu the mighty kitty

nesses dias em que me encontro
assim, chuvoso, nublado, me desencontro
comigo e minha felicidade
perco nos bolsos meus sorrisos
e improviso outros tantos
por cortesia ou sei lá o quê

nesses dias que ninguém quero ver,
não vejo nem a mim mesmo e
aproveito o ensejo para me
entocar dentro de mim

nesses dias em que me fecho,
surge um reflexo estranho de pensamentos
em refluxo, vomitados
sobre mim mesmo

nesses dias que alguém se aprouver
de vir, me ver e sorrir - que seja
profunda a amizade e busque
dentro de mim minha felicidade de volta

são dias que vem e que vão
e nesses dias -
pra lá e pra cá -
eu vivo, mas não só


terça-feira, 25 de maio de 2010

le lendemain

cheers

tudo ficou para depois
tudo se tornou dias seguintes
tudo é nada, pois amanhã ficou para depois
tudo é nada, pois amanhã é o dia seguinte

um dia após o outro
principalmente porque este dia me é um dia especial
um dia pós outro
primeiramente porque foi um dia ideal

um dia como outro
um dia em que tudo mudou
nada seria o amanhã sem o ocorrido
e tudo se tornou le lendemain de notre vie


sexta-feira, 7 de maio de 2010

Quer ver lindas fotos do Marrocos?

Por acaso esbarrei num blog com fotos muito legais do Marrocos.

Estava eu entrando no painel para publicar no blog no início dessa semana e o Blogger me sugeriu o blog The House in Marrakesh.


Um achado incrível!

PS: Se alguém patrocinar a viagem, posso fazer uma fotos por lá também...


domingo, 25 de abril de 2010

Um domingo para guardar na memória


Hoje tive a oportunidade de fazer algo que há tempos estava em dívida comigo mesmo. Ser acordado cedo pelo sol e pelos pássaros felizes e cantantes com a vibrante energia da vida.

Domingo, um dia que alguns têm como morto: não porque qualquer caráter religioso, mas pela imobilização inerte e zumbi de se prostar diante de uma tela, seja televisão, seja monitor. Uma pena... A vida lá fora chama. E é justamente isto que é a vida, aquilo que acontece lá fora como bem disse - e espero sempre me lembrar - Oscar Wilde.

Tenho me programado me tornar uma pessoa melhor. Esforço diário ao qual me dedico com disciplina; e meus amigos mais chegados e familiares podem atestar a minha disciplina, mesmo que não saibam da razão dessa atitude vigorosa. Tenho me preparado para um mundo melhor. Sim, um mundo no qual as pessoas cuidam da família, do planeta e da sociedade.

Um dos meus objetivos específicos para cumprir é melhorar minha própria saúde (física, mental e espiritual). Talvez vocês queiram conversar com meus alunos ou os alunos que participam do projeto de extensão de Planejamento Estratégico de Carreira. Assim, você entenderá esse vocabulário de objetivo, mundo melhor e disciplina. Eu levo isso muito a sério: por mim, por minha família e pela sociedade.

Como forma de medir meu empenho, coloquei como meta correr sempre que possível e acordo todos os dias cedo para realizar essa parte do projeto. Nem sempre posso correr porque trabalho até tarde dando aulas e acordo cedo para atender pacientes; porém, tempo se arruma quando acreditamos que algo é importante para nós. Corro 3 a 4 vezes durante a semana e pelo menos uma vez nos finais de semana.

Neste belo domingo de sol, corri (com intervalos de caminhada em marcha mais intensa) uns 14 km. Foi ótimo! Peguei um sol leve pela manhã, ganhei uma corzinha, vi crianças brincando no calçadão e na praia, família passeando, e até um pedalaço promovido pela Sociedade de Cardiologia para conscientizar a população sobre o controle da pressão arterial.

E o melhor foi chegar em casa, alongar e tomar uma ducha. O prazer proporcionado pela atividade física, pelo contato com a natureza é indiscritível, mas posso dizer que senti esse prazer com todas minhas células.

Voltando para casa, curti um dia em família, com direito a cozinharmos todos juntos, bater um papinho e ainda ouvir música. A playlist desta tarde já é coisa conhecida. Meus ouvidos se deliciaram com Beirut e Madredeus, dica que estendo a vocês na maior tranquilidade. Todos merecemos experimentar algo diferente vez ou outra.



Depois, enfrentei aquela lombra da tarde com coragem de terminar o livro que li mais ou menos um terço na noite de sábado: Família em primeiro lugar, do Kanitz. Consagrado colunista da Veja e palestrante, Kanitz coloca com clareza e objetividade seu ponto de vista sobre a importância da família em nossas vidas. Recomendo o livro como pessoa, professor e psicólogo. Vale a pena ler!


Após a leitura, ouvir as músicas e refletir um pouco, estou aqui ecoando meus pensamentos e escolhendo as melhores palavras para explicar o indiscritível, mas verdadeiro: as coisas boas são tão simples e nossa sociedade contemporânea vem com suas corporações querendo nos enfiar goela adentro uma ideologia (sim caros alunos, aquela com seu projeto de vida especial saindo fresquinho do forno) de plástico. E quanto plástico temos em nossas vidas.

A vida, meus amigos, não pode ser de plástico. Ela deve ser calorosa - carne, sangue e suor. A vida é feita de amor, de momentos especiais.

E nossa vida ecoa no universo através de nossa família e nossos descendentes. É assim que nos tornamos eternos, infinitos.


quarta-feira, 7 de abril de 2010

sábado, 3 de abril de 2010

saquarema

o sol escaldante sobre minha pele
andando nas brancas areias dessa manhã
vi ao longo do horizonte o azul do céu:
liberdade, possibilidades

decidi ficar
eu sou aqui
nessas ondas, você e eu
uma vida melhor de intensidades

um som, uma sombra, as ondas e o mar

na ordem-desordem de tudo que há
há, pois, um pouco de mim, um pouco de você

somos nó
nós
nós outros
de coisas sem nome

um pouco de mim, um pouco de você

possibilidades libertas ao longo do horizonte
escaldantes sobre minha pele
vi o sol e o céu azul

e decidi ficar

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dicas para curtir no final de semana

Vitória está se tornando uma capital com melhor qualidade de vida cultural. Na última sexta-feira, o bairro da Enseada do Suá recebeu a solenidade da pedra fundamental do Cais das Artes.







Mas enquanto este projeto que promete movimentar nossa ilha não é inaugurado, podemos curtir o Museu de Arte do Espírito Santo e o Palácio Anchieta.






Rembrandt e a arte da gravura
O primeiro recebe até 16 de maio de 2010 a exposição Rembrandt e a arte da gravura, uma seleção de figuras sobre este gênio que marcou o desenvolvimento da gravura. Contemporâneo do Renascimento, movimento com base maior na Itália, o mestre holandês criou técnicas próprias e seu traço é único.

A entrada é franca e os horários de visitação são 10 às 18 horas de terça a sexta-feira e 12 às 18 horas aos sábados, domingos e feriados.

Michaelangelo no Palácio Anchieta
Quem quiser ver réplicas dos trabalhos deste renascentista e completar uma ida cultural ao centro da capital capixaba, dê uma esticada até o Palácio Anchieta. A exposição sobre o trabalho de Michaelangelo é breve, porém traz informações bem legais.

Se você estiver com tempo, marque uma visitação guiada ao Palácio Anchieta aos domingos e conheça os cômodos onde trabalha o governador.

A exposição do Michaelangelo fica até 9 de maio.

Para agendar visitas guiadas ao Palácio Anchieta, liguem para (27) 3321-3578 ou mandem um e-mail para agendamento@seg.es.gov.br.


sexta-feira, 5 de março de 2010

do tempo



"a palavra é o meu domínio sobre o mundo" clarisse linspector


por que me devoras assim aos poucos
e tira de mim minha carne, meus sonhos?
no tic tac da parede, no silêncio do pulso
vai-se por entre meus dedos e não retorna jamais
o tempo me alcança
às vezes cansa
às vezes descansa
passa por minha vida e vai
pois chega o dia em que ele me ultrapassa
e eu fico no tempo, ao relento
vivendo, vivendo, vivendo

* a foto acima é de uma rua numa cidadezinha de Conisbrough, no interior da Inglaterra, cujo nome foi mudado em 2009


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

J'aime lire! Educar para crescer.

Ler é um passaporte para outros mundos e uma ponte para facilitar o acesso a informações de nosso mundo.

A leitura estimula o desenvolvimento cognitivo, a memória e apresenta ao leitor novas formas de encarar a vida.

Se você concorda com isso, deve dar uma olhada na sugestão de biblioteca do projeto Educar para Crescer. Lá você encontra uma lista com livros indicados para cada faixa etária.


Como seria sua biblioteca ideal?
Deixe um comentário com sugestões de leitura!


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

abismos> exposição no museu vale




Recriar modos de olhar, convidando o espectador a adaptar-se a diferentes luminosidades enquanto acompanha obras que parecem se relacionar umas com as outras, dialogar entre si e com o espaço. Essa é a proposta da mostra Salas e Abismos, que exibe nove instalações criadas ao longo da carreira do artista plástico carioca Waltercio Caldas, no Museu Vale, em Vitória, no Espírito Santo. “Proponho um jogo de espaços, onde um trabalho reverbera no outro”, diz o autor.

Algumas obras são bastante inusitadas.É o caso da obra Ping-Pong, a representação de uma partida de pingue-pongue jogada por um cego. Já a sala Silêncio do mundo apresenta um ambiente completamente tomado pela escuridão, com paredes e objetos negros, que costumam causar reações como inquietação em quem entra no ambiente. Em Maçãs falsas Caldas usa espelhos para desafiar o espectador a distinguir as frutas reais das artificiais,um exercício que pode ser transposto para outros âmbitos: o que há de verdadeiro dentro ou fora de nós? Na Sala para Velásquez está um livro sobre a obra do pintor barroco espanhol Diego Velázquez (1599-1660), com imagens e textos produzidos fora de foco, a tela Los Velázquez, além de esboços e trabalhos acerca do que o artista denomina “o funcionamento dos espelhos”. Para Caldas, as instalações são pretextos para propor novas interpretações de objetos que fazem parte tanto do cotidiano quanto do imaginário contemporâneos. Em sua obra, faltas e excessos se alternam, apresentando abismos e conexões. “Olhar para a arte é compactuar com esse abismo; a função do artista é melhorar a qualidade do desconhecido”, declarou o artista carioca.



sábado, 6 de fevereiro de 2010

Do que é feito nossos sonhos?

bem azul


Do que é feito nossos sonhos?... Não de algodão eu sei, mas de algo assim macio, realmente macio? A dúvida se infiltra pela minha mente e aflora questionamentos mil de toda sorte. As perguntas pululam e surgem sabe-se lá de onde, enquanto tento manter minha cabeça no lugar e não me perder em meio aos pensamentos que circulam enérgicos, às emoções gritantes e meu semblante congelado.

O que se passa? Não sei. Também não sei se gostaria de saber. O confronto com a realidade é duro; sonhar é preciso. Todos temos problemas - fato generalizado, super-estimado e comprovado.

A grama logo ali é mais verde mesmo ou estou sofrendo de algum tipo de daltonismo? Ricos: em que? Do que podemos nos nutrir senão de nossos sonhos. Pausa para uma reflexão: e se eu estiver promovendo o desenvolvimento de algo artificial a minha volta e quando me descobrir em pleno deserto existencial for assolado pelo nada.

Uma porrada, uma parede fria e só. Mais nada. Nem o nada por aqui - um vácuo?

De que dispomos para ludibriar nossos sentidos diante da falta de sentido da vida?

Alienemo-nos!(?) A vida é longa quando o viver é curto.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

maria, maria

maria era uma menina levada. levada assim daquelas que fingiam ser uma coisa mas era outra. era tudo menos santa, isso sim. maria usava saia como todas as meninas. saia de uniforme, mas seu uniforme não era tão uniforme assim: era mais curto e menos uniforme que o uniforme das outras meninas. maria sabia disso. queria mesmo era mostrar as pernas para os meninos - mesmo fingindo que não era com ela. maria era meio assim, meio assado, se fazia de sonsa e arrasava quarteirão. depois anotava tudo no seu diário, anotava suas estripulias à la Capitu. muitos queriam ser bentinhos para se afogar em sua ressaca; poucos tiveram essa chance.

maria registrava tudo que aprontava; tinha sonho de ser escritora. escrevia, escrevia, escrevia. não era a melhor nem a pior escritora. escrevia com a malícia que já despontava na infância. palavras, palavras, palavras. escrevia, escrevia, escrevia. a saia diminuia, diminuia. às vezes subia, às vezes descia: tudo conforme a moda. ela sempre foi uma menina da moda. nunca da minha moda - eu era completamente fora da estação.

maria menina já meio mulher. escrevia, escrevia, escrevia. diminuia, diminuia. subia e descia. pernas grossas. pequena estatura. ego enorme. subia e descia, mas não era em mim.

maria escreve, escreve, escreve. se sobe ou desce não sei, nem se for, nem com quem. voa por aí pendurada no seu ego. e sua lembrança que em minha memória em mim doia, hoje é só um borrão.

maria, maria, levada pelo tempo. rodada pela saia, saía, saía, saiu. maria foi uma coisa, hoje é outra. escreve, escreve, escreve; e é só.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

demasiadamente humano

momento de descontração



aquilo que me instiga
me faz crescer
não está lá ou ali
não está em nenhum lugar

aquilo que me aflige
me faz mudar
não está ali ou lá
não está em nenhum lugar

seja onde for
seja como for
seja como seja
seja não seja

em qualquer lugar
em lugar qualquer

em nenhum lugar
em lugar nenhum

lá, ali
aqui
aqui
aqui

este é o meu lugar
este sou eu
sou eu
eu

porque assim sou
sou assim porque

vem de mim
e aí eu vou

vou mais alto
vou mais fundo
pelo mundo

vagabundo?
não!
filósofo
humano

demasiadamente humano
eu sou


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Como o vinil mudou minha vida

2009 foi um ano único em minha vida. Único porque me permiti colocar em prática vários projetos que estavam em stand by desde 2008. Único porque me permiti me permitir.

Um dos resultados mais legais foi botar em uso a coleção de LPs empoeirada do meu pai e descobrir gostos musicais novos, mais cultura para alimentar minha alma.

Escutar vinil é uma arte. Coisa que merece dedicação, senão devoção.

Quando criança ainda tive contato com aqueles grandes discos pretos e com o aparelho com o braço e a agulhinha na ponta. Meu pai até tinha me dado uma Eletrola Philips amarela... Felizmente preservada até hoje e com a qual posso me deliciar com os LPs.

Aos 10 anos fui apresentado ao Compact Disc, vulgo CD. Ganhei meu primeiro álbum nesse formato no meu aniversário de 1990: Information Society. Super engraçado... nem tinha um tocador em casa. Tive de esperar mais um mês até convencer meu pai a comprar um.

Lembro do trombolho que era o carrossel da Gradiente para 5 discos. Tudo conectado ao grande sistema de som Pioneer do meu pai; ainda com vitrola, equalizador, K7 e tudo o mais. Como aquilo ocupava espaço.

Quase 20 anos depois reencontro meus velhos discos e os discos de meu pai. Todos aguardando serem revelados, apresentados aos meus ouvidos. Alguns álbuns ainda intocados, lacrados, pedindo para serem libertados.

E eu ali. Com minha Eletrola amarela, desbravando o passado em busca do futuro.

Escutar discos de vinil é sim uma arte. Algo com seu próprio Bushido.

A música moderna está formatada ao consumo imediato. Podemos deglutir rádio digital via internet, queimar MP3s aos lotes para nossos iPhones, iPods e afins, conectá-los ao rádio do carro, ao som da sala, ao computador. E as bandas passam, as músicas voam daqui para lá e ninguém lembra quem tocou o quê.

A música deixou de ser uma trilha sonora complementar ou um estímulo do ócio e à filosofia vã do dia-a-dia para ser um objeto, uma coisa, um isso e só.

Colocar a agulha da vitrola no local certo, apreciar a equalização oca do LP, ouvir os chiadinhos ao fundo é exercer a paciência - algo tão em desuso atualmente.

Virar o lado quando disco acabar, trocar o disco, esperar, recomeçar. Entender que para haver continuidade é preciso compromisso, dedicação.

Guardar os discos com cuidado. Saber que a música está ali. E que caso ela se perca, ela realmente se foi e não vai voltar.

As coisas têm fim.




terça-feira, 19 de janeiro de 2010

projetos

fishermen


Talvez o caro leitor de meu olhar sobre o mundo tenha estranhado o sumiço nas últimas semanas. Tenho me dedicado a outros projetos e curtido a vida de forma diferente.

A virada de ano me fez repensar a vida - e ainda estou nesse processo, processando processantes processáveis; o resto, o que não tem solução, nem problema é.

Descobri o som maravilhoso do Pink Floyd, que vocês também estão convidados a escutar e me acompanhar no blog longplayexperience.

Também tenho assistido alguns filmes e vídeos e escrito sobre eles em ProjetoALPHA. Momentos para planejar a vida e enfrentar o medo de tentar o não convencional. Ser feliz é simples, mas dá um baita frio na barriga.

Vocês também estão convidados para ver novas fotos em meu Flickr.

Abraço a todos e até o próximo post!