quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Como o vinil mudou minha vida

2009 foi um ano único em minha vida. Único porque me permiti colocar em prática vários projetos que estavam em stand by desde 2008. Único porque me permiti me permitir.

Um dos resultados mais legais foi botar em uso a coleção de LPs empoeirada do meu pai e descobrir gostos musicais novos, mais cultura para alimentar minha alma.

Escutar vinil é uma arte. Coisa que merece dedicação, senão devoção.

Quando criança ainda tive contato com aqueles grandes discos pretos e com o aparelho com o braço e a agulhinha na ponta. Meu pai até tinha me dado uma Eletrola Philips amarela... Felizmente preservada até hoje e com a qual posso me deliciar com os LPs.

Aos 10 anos fui apresentado ao Compact Disc, vulgo CD. Ganhei meu primeiro álbum nesse formato no meu aniversário de 1990: Information Society. Super engraçado... nem tinha um tocador em casa. Tive de esperar mais um mês até convencer meu pai a comprar um.

Lembro do trombolho que era o carrossel da Gradiente para 5 discos. Tudo conectado ao grande sistema de som Pioneer do meu pai; ainda com vitrola, equalizador, K7 e tudo o mais. Como aquilo ocupava espaço.

Quase 20 anos depois reencontro meus velhos discos e os discos de meu pai. Todos aguardando serem revelados, apresentados aos meus ouvidos. Alguns álbuns ainda intocados, lacrados, pedindo para serem libertados.

E eu ali. Com minha Eletrola amarela, desbravando o passado em busca do futuro.

Escutar discos de vinil é sim uma arte. Algo com seu próprio Bushido.

A música moderna está formatada ao consumo imediato. Podemos deglutir rádio digital via internet, queimar MP3s aos lotes para nossos iPhones, iPods e afins, conectá-los ao rádio do carro, ao som da sala, ao computador. E as bandas passam, as músicas voam daqui para lá e ninguém lembra quem tocou o quê.

A música deixou de ser uma trilha sonora complementar ou um estímulo do ócio e à filosofia vã do dia-a-dia para ser um objeto, uma coisa, um isso e só.

Colocar a agulha da vitrola no local certo, apreciar a equalização oca do LP, ouvir os chiadinhos ao fundo é exercer a paciência - algo tão em desuso atualmente.

Virar o lado quando disco acabar, trocar o disco, esperar, recomeçar. Entender que para haver continuidade é preciso compromisso, dedicação.

Guardar os discos com cuidado. Saber que a música está ali. E que caso ela se perca, ela realmente se foi e não vai voltar.

As coisas têm fim.




terça-feira, 19 de janeiro de 2010

projetos

fishermen


Talvez o caro leitor de meu olhar sobre o mundo tenha estranhado o sumiço nas últimas semanas. Tenho me dedicado a outros projetos e curtido a vida de forma diferente.

A virada de ano me fez repensar a vida - e ainda estou nesse processo, processando processantes processáveis; o resto, o que não tem solução, nem problema é.

Descobri o som maravilhoso do Pink Floyd, que vocês também estão convidados a escutar e me acompanhar no blog longplayexperience.

Também tenho assistido alguns filmes e vídeos e escrito sobre eles em ProjetoALPHA. Momentos para planejar a vida e enfrentar o medo de tentar o não convencional. Ser feliz é simples, mas dá um baita frio na barriga.

Vocês também estão convidados para ver novas fotos em meu Flickr.

Abraço a todos e até o próximo post!