sexta-feira, 27 de março de 2009

Olha-me fundo nos olhos e verá (liberta-me!)

liberte-se por Fábio Nogueira.


Todos os dias que te encontro
Tenho medo que nossos olhares se cruzem
Por isso escondo meus olhos além do horizonte
Para que meu coração não lhe confesse meus segredos

Ontem quando chegou, seu perfume inundou tudo em volta de mim
Tudo fora e dentro e eu enebriado mal sabia onde estava

Queria que fosse mais fácil controlar
Acho que minhas mãos confessam o que não consigo controlar

E se me disser "vamos!"
Irei com prazer descobrir o gosto de sua boca, seu abraço, sua pele
Curioso fico pelo sabor de sua lingua e pela textura de suas costas nuas

Minhas mãos querem segurar seus cabelos, meus dedos entrelaçados em sua nuca
Respirar perto do seu rosto, e num beijo calar o grito do meu coração
Eu já me fiz uma pergunta...
Me parece que eu tenho parte da resposta
E você?

Liberta-me!


quarta-feira, 25 de março de 2009

flickr> olharsobreomundo

As fotos postadas aqui no blog são de minha autoria e estão disponíveis no flickr.

Os álbuns lá têm mais fotos e vocês podem ver o mundo sob um olhar diferente: o meu...

Have fun!


segunda-feira, 23 de março de 2009

Nem tudo são flores

hq flowers por você.


Perdoa-me porque pequei contra ti
Criei ilusões, fomentei paixões
Mas não paguei pra ver

Fui raso, senão crasso
E permiti que você criasse um mundo florido

O meu... nem tanto assim


domingo, 22 de março de 2009

Aos meus amigos, um brinde à felicidade

santo pecado! por você.


Hoje, tive minha alma lavada, aliviado de todos meus antigos santos pecados. Lembranças guardadas em quarentena por tempo demasiado, amor engarrafado, bem-querer estocado - o carinho não tem tempo de validade, mas mais vale um carinho dado do que guardado.

As pessoas ficam pensando, pensando, pensando, pensando... isso mesmo! demasiadamente, deixando o tempo passar, a vida correr seu curso sem fazer o que quer, o que se gosta. Sem dar aquele abraço apertado, o beijo calado, carinho recolhido, a palavra silenciada, o choro censurado.

Os olhares cruzados em pura inocência, o sorriso escondido por medo de ser repreendido. Num reino distante, sob o sol escaldante, um dia um rei disse que o coração é feito de tantas emoções. Momentos lindos que ficam só na potencialidade, como se amigos pudessem ser um vir-a-ser-quem-sabe, amores platônicos conservados na geladeira, fotos nunca tiradas.

A música para, as luzes se acendem. The show is over, but the dream survives. Eu tenho um sonho. Sim, um sonho de um mundo melhor, mais justo. Algum motivo há para telencéfalo desenvolvido e polegares opositores - não sei qual motivo há, quem sabe o último suspiro me dirá toda a verdade sobre a existência.

Dados jogados... e nós preocupados com nossos santos pecados. Pobre de nós se a vida for uma grande piada cujo final somente saibamos no apagar das luzes. Tanto epicuristas quanto estóicos verdadeiramente corretos: a vida se entrelaça e tece a existência na interseção entre o ludus e o logos. Esse é o território do cosmos, preenchido pela liberdade, pelos amigos e o tempo para meditar (eis o ócio criativo).

Felicidade é a fonte da juventude, porque o tempo enriquece a alma. E como diria o sábio poeta: vale a pena...


Obrigado, queridos amigos, por fazerem parte de minha vida!


sábado, 21 de março de 2009

Alice crossed the mirror

at the table por você.

Deus está sempre aqui
Há dias em que estou ausente
Há dias nos quais ele se faz inegavelmente presente
(por quê quereria algo diferente?)
Melhor tomar nota logo logo
Antes que algo mude em mim
Antes que eu me esqueça de mim mesmo

***

Sometimes I look myself in the mirror
I see things that are not true
I see things that I wish were due
I see many things

Sometimes I look myself on the mirror
I can't see it is not true
I can't see it might not do
I can't see things at all

Sometimes I am lost within the mirror
I myself failed in seeing beyond reflection
I saw a person I wish I were
I saw fate vanishing all possibilities of tones and rhymes

Blind the call
Given and taken - the universe feeds back its babies
Mysteries, wonders, beauties
Pleasures that hang over me

Thus, I discover things were never there
Even though they are everywhere
Parabioses, lies, cold flames

Hurt myself
Nobody's fault
Should I open my eyes?
How (come)?


terça-feira, 17 de março de 2009

Intransponível(?)

às vezes não consigo falar por você.


Tem coisas que ficam guardadas aqui dentro
Coisas que só eu sei
Coisas que nem eu sei
Coisas...

Tem dias que fico de fora
Coisas gastando hora
Coisas sem demora
Coisas...

Às vezes desconheço o(s) porquê(s)
Às vezes ela não me diz
Simplesmente vira a cara e torce o nariz
E ela nem me diz o(s) porquê(s)

Ela com aquele seu jeito menina
Com seu sorriso que me alucina
Me envolve e me fascina
E eu fico ali somente na esquina

Queria te ligar
Dizer coisas bonitas
Falar das flores se abrindo
Contar estrelas no céu

Mas ela levanta seus muros
Nem salto, nem chave, nem tudo
Já tentei para chegar sem escudo
E sempre me perco no escuro

Se um dia, talvez
Deus me concedesse a insensatez
De brincar nos jardins dela, talvez
Diria a ela coisas com altivez

Coisas...

... que às vezes não consigo falar


domingo, 15 de março de 2009

Auto retratos

auto retrato sem luz por você.



Nem todos os dias são de sol. Há também aqueles dias em que as águas rolam abundantes, vertiginosas torrentes céu abaixo, lavando toda a sujeira que fora deixada para trás. Às vezes, é claro, incidentalmente (ou acidentalmente - ácida ou amarga) não só lavando mas sim levando embora e fica, assim, o campo nu. Não deserto, apenas nu, virgem, novamente etéreo, novamente pronto para se preparar. Arar, roçar e recomeçar.

Dias de chuva são dias que pintamos nosso retrato sem luz, sem vontade intensa de intensidade. Os dias de chuva são importantes, nos salvam da pieguice, da inocência e da arrogância desenfreada. Dias de chuva nos permitem parar e refletir: quem somos, quem queremos ser, de onde viemos, para onde vamos. Viva os dias de chuva - eles preparam o espírito para os dias de sol.


auto retrato na luz por você.

Na luz vemos (quase) tudo. Às vezes, as cores pululantes se esbravejam tanto que nos esquecemos de nós mesmo. Nos integramos com o todo de tal forma que tudo fica comum numa normalidade sem igual.

Já ouvi perguntas sobre razões contra somente termos dias de sol, para a luz nos alimentar alegremente a alma. Pois digo que nem só de luz se alimenta a alma, nem as flores. Se só luz tivéssemos, o solo seria árido, arrogantemente árido. Nada brotaria, e a luz das flores (digo cores...) se esvaziaria desbotando a cada dia.

A luz constante cega. E o pior cego é o que não quer ver. Seja uma cegueira negra ou aquela branca. Os dias de chuva refrescam a memória - e nos lembram como somos demasiadamente humanos.


***

As coisas se movem
Não sei como, não sei porquê
Não sei se sei, só sei que movem
Ou será que sou eu quem movo
(as movo ou me movo)

Por um instante o mundo parece parado
Por um instante quando ouço o coração estalado
Vazio ou cheio - preenchemos com o olhar
Que olhar?
O olhar sobre o mundo
Seja imundo seja profundo
Infinitas são as possibilidades

O tempo corre
As coisas vêm e vão
Os rostos ilusões que insistimos em querer apreender
O que fica é o intento de olhar
Porque mesmo se fechamos os olhos
Ainda olhamos para dentro
E o que vemos é o mundo

Seja como for
O mundo vive, vivo, conosco
O mundo somos nós



quarta-feira, 4 de março de 2009

digressões polissemânticas, progressões pluriafetivas: a vida vivida(!)

brainstorm (machado de assis) por Fábio Nogueira.


mude seus pensamento e mude sua vida
palavras ao vento que rodeiam e permeiam
- quem somos, o que fazemos
crescemos se assim queremos

pensemos no bem de todos
pois quando todos ganham, também ganha cada um de nós

mesmo que não consiga falar, por vezes
por ser a mim as palavras algo como invisível, indivisível, inaudível
insensível não sou, nunca serei

seria mais viável se dentro do inseparável
pudesse negar o improvável
e tudo seria remediável com uma palavra

hoje sei que uma pode funcionar
uma pode ser pouco
mas me diga algumas palavras
e melodias sinceras afinarão meu coração

e de mim irradiarei para ti
todas as coisas lindas que tenho guardado
multiplicaremos os nossos espaços
e a cidade será mais linda, a vida mais leve,
o ar repleto de boas palavras

multipiquemos o que há de bom
minimizemos os excessos
sejamos pois apenas aquilo que devemos ser: simples

simplesmente ser
ser mente brotando cores bravias e sentimentos vibrantes
retumbe em nós o tambor que alardeia a felicidade na morada

seja a vida vida
seja
bem vivida

bem-vinda, ó vida