A tradição relata que, ao despertar, sentiu que tinha recebido e perdido uma coisa infinita, algo que não poderia recuperar, nem mesmo vislumbrar, porque a máquina do mundo é complexa demais para a simplicidade dos homens.
(jorge luis borges - o fazedor: inferno, I, 32, p. 53, 1960> companhia das letras,2005)
Tudo se perde num fio de luz que insiste em abrir-me os olhos. O real entra pelas frestas da janela, mas se perde pela casa, corre pelos cômodos, sobe e desce a escada, some pelo quintal afora. A vida está aqui, bem diante de meus olhos, na ponta dos meus dedos, por toda minha pele, vísceras. Onde está?... Como é o nome mesmo? Já esqueci. Do que mesmo? Sei lá...
E a gente procura, procura, procura. Procura nas gavetas, no fundo dos armários, baús. Procura, procura, procura, a gente. Agente de procura, procura e se perde. Onde está?... Como é o nome mesmo? Já esqueci. Do que mesmo? Sei lá...
Procurando bem, todo mundo tem... O que mesmo? Deixa pra lá!
A bailarina sempre me assustou. Até que descobri que ela não existe e nunca mais tive medo.
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