sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Por uma razão... ou nenhuma




"Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações."
Vincent Van Gogh

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Abdicar de um ganho de curto prazo pode parecer difícil diante do medo de esperar e colher algo melhor num futuro incerto. Procurar além do horizonte do agora, ainda que se viva cada momento na incerteza da construção de um tempo que se faz presente.

Se tivéssemos um acesso epistêmico às linhas do tempo que se cruzam em nossas pessoas, nesse deslizamento das memórias do passado que formam nós e nos formam com as potencialidades do futuro, seríamos menos ansiosos ou ficaríamos paralisados na expectativa do vir-a-ser?

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ser-aqui-no mundo e não ser nada mais que alguém
a quem devo invocar para ser além, senão a mim mesmo
acreditar nas fábulas de minha juventude
crer nas esperanças bem-aventuradas do viver assim

viver a vida a cada instante do começo ao fim
e se refletisse, como quem não quer nada, todos os detalhes amiúde
desde os pequeninos aos grandes eventos que me ocorrem ao esmo
descobriria um eu que não eu ou de mim a mim mesmo meu refém

preso na eternidade das dimensões infinitas da existência
condenado à liberdade e responsável pela realidade que construo
e se nada fizer já teria feito, com ou sem defeito
porque todo feito é suspeito de nada ser

tão cheio ou vazio de significado na dança dos girassóis à procura do sol


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