quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

abismos> exposição no museu vale




Recriar modos de olhar, convidando o espectador a adaptar-se a diferentes luminosidades enquanto acompanha obras que parecem se relacionar umas com as outras, dialogar entre si e com o espaço. Essa é a proposta da mostra Salas e Abismos, que exibe nove instalações criadas ao longo da carreira do artista plástico carioca Waltercio Caldas, no Museu Vale, em Vitória, no Espírito Santo. “Proponho um jogo de espaços, onde um trabalho reverbera no outro”, diz o autor.

Algumas obras são bastante inusitadas.É o caso da obra Ping-Pong, a representação de uma partida de pingue-pongue jogada por um cego. Já a sala Silêncio do mundo apresenta um ambiente completamente tomado pela escuridão, com paredes e objetos negros, que costumam causar reações como inquietação em quem entra no ambiente. Em Maçãs falsas Caldas usa espelhos para desafiar o espectador a distinguir as frutas reais das artificiais,um exercício que pode ser transposto para outros âmbitos: o que há de verdadeiro dentro ou fora de nós? Na Sala para Velásquez está um livro sobre a obra do pintor barroco espanhol Diego Velázquez (1599-1660), com imagens e textos produzidos fora de foco, a tela Los Velázquez, além de esboços e trabalhos acerca do que o artista denomina “o funcionamento dos espelhos”. Para Caldas, as instalações são pretextos para propor novas interpretações de objetos que fazem parte tanto do cotidiano quanto do imaginário contemporâneos. Em sua obra, faltas e excessos se alternam, apresentando abismos e conexões. “Olhar para a arte é compactuar com esse abismo; a função do artista é melhorar a qualidade do desconhecido”, declarou o artista carioca.



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