sábado, 15 de agosto de 2009

deixa-me viver

caminho


Você sempre me pergunta por ando descalço. Não sei, sinceramente... nem sei muita coisa, é bem verdade. Acho que andar descalço me lembra minha infância ou algo assim, talvez a criança que vive em mim. Você não gosta do meu cabelo, não gosta da minha barba por fazer. Seus olhos percorrem todo o meu corpo, de cima até embaixo, procurando defeitos para me dizer que não sou como nos seus sonhos.

Nos meus sonhos, corro livre por entre a gente. Percorro ruas, praças, vou até a praia. Mergulho, volto e corro de volta pra casa. Minha casa, não a sua. Seu lar não é doce, amargo como seu coração. Uma pena você viver assim, a sofrer calada, sem saber o que é a vida lá fora. Trancada em sua carcaça, inflexível, insípida, infeliz.

Solte meu braço, não quero seus abraços, seu sorriso falso.

Solte meu braço, deixa-me viver.


Um comentário:

  1. Me lembrou a letra de uma música: "Agora já passa da hora, larga minha mão, solta as unhas do meu coração que ele está apressado... e desanda a bater desvairado quando entra o verão..."

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