Neste início de noite, li de uma sentada só a tradução e adaptações de algumas cartas de Kahlil Gibran para Mary Haskell feita por Paulo Coelho. Baixei o livro depois que Paulo liberou em seu blog e divulgou no twitter para reafirmar sua atitude em relação ao movimento #StopSOPA.
Quero agradecer a Paulo pela sua atitude. São gestos como esse que fazem a diferença, inspiram a mudança e espalham cultura mundo a fora.
Separei para os amigos dois trechos que muito me tocaram.
Bon apetit!
A existência não tem apenas seu aspecto físico. As pessoas mais
velhas podem estar muito mais vivas que as jovens, porque já experimentaram
muito mais coisas.
O problema com a velhice é que, por medo da morte que se aproxima,
as pessoas passam a ter pavorde viver. Não entendem que o final de uma etapa é
que torna possível o próximo passo; a Natureza jamais dá saltos. Da mesma
maneira que não quebra os galhos jovens, tampouco impede que uma árvore, velha
e cansada, deixe de existir.
Isto é o que chamamos de “ordem natural das coisas”. Muitas vezes
eu me imagino depois da morte, retornando lentamente aos elementos do solo; é a
grande entrega, que muda tudo em silêncio e calma, para que as coisas possam
renascer. A idade prepara meu corpo para fertilizar de novo a terra de onde
vim.
O outono do corpo conduz ao inverno, e o inverno é necessário para
que uma nova primavera surja. Da mesma maneira, o meu espírito se move de uma
etapa para outra, sabendo que cada estação tem suas qualidades e seus defeitos.
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A diferença entre um profeta e um poeta é que o primeiro vive aquilo que ensina.
O poeta não faz isso; ele pode escrever versos magníficos sobre o amor, e mesmo assim, continuar sem ser amado. Quando uma pessoa aceita não ser amado, termina transformando-se em alguém impossível de se amar.
A arte é a tentativa de exprimir o que a humanidade ama. Em todas as épocas, nós amamos a beleza. Nem tudo que é belo é bom, mas toda bondade é bela.